Tenho 35 anos. Lembro de ter insônia há mais de 10 anos, tendo piorado terrivelmente em 2017, quando iniciei meu doutorado. Cheguei a ficar uns 5 ou 7 dias, já nem lembro, dormindo praticamente nada. Via o dia amanhecer. Passava o dia cansada. Não conseguia render em nenhuma atividade. Acabava cochilando durante o dia. Fui diagnosticada com pânico, ansiedade e depressão no segundo semestre de 2012, quando terminei o mestrado. Desde então, comecei e parei tratamentos com psiquiatras algumas vezes porque alguns dos remédios me deixavam "fora de órbita" durante o dia, quando eu precisava trabalhar (sou professora universirária) e estudar. Trato há 12 anos um microadenoma de hipófise (à época, era um adenoma), e sou acompanhada por uma endocrinologista. O remédio não posso parar (já tentamos, mas a prolactina volta a subir muito rápido). Em 2017, estive em consulta com neurologistas e psiquiatra, quando eu morava em São Paulo (passei os 2 primeiros anos do doutorado lá, mas já voltei à minha cidade; continuo a fase de coleta de dados e escrita aqui). Em SP, fiz vários exames. Nada foi encontrado. A neurologista chegou a me passar remédio. Fez efeito só na primeira semana. Depois, voltei a ficar noites na mesma semana sem conseguir dormir à noite. Com o psiquiatra de lá, eu tratava a ansiedade, o pânico e a depressão. E fazia terapia com um psicólogo de lá. Nesse mesmo período, a TPM que começou a se manifestar em 2008, mais ou menos, foi ficando pior. Passei a ter dores pélvicas severas, sentindo dores quase 80% do mês, praticamente todas as semanas. Dores incapacitantes. Fui acompanhada por uma ginecologista em SP, mas não via nada fisiológico que justificasse as dores. Passava uns remédios naturais pra eu tomar. Em 2018 fui internada em SP com dores pélvicas. Refiz exames. Nada foi descoberto. Em 2019, já na minha cidade, fui diagnosticada com adenomiose. Comecei o tratamento em agosto de 2019, mudando hábitos alimentares (tirar glúten, açúcar e lactose). No primeiro mês sem consumir nada disso, as dores diminuíram bastante. Passei a fazer acompanhamento com uma nutricionista. Hoje, já não consumo também leite nem derivados e reduzi consumo de alimentos ácidos e industrializados. Em agosto de 2019 também retirei miomas uterinos e pus um diu mirena como parte do tratamento para adenomiose. Nossa! Mudou minha vida! Foram 6 meses sem nada de dor. Em janeiro de 2020, voltei a sentir dor. Repetimos os exames. Fui, então, diagnosticada com endometriose, além da adenomiose. Por recomendação médica, teria de passar os próximos 3 meses observando as dores e fazendo um diário delas. Não senti mais dor alguma depois de janeiro. Em agosto de 2019 também, procurei um psiquiatra aqui, porque para o tratamento da dor pélvica era importante tratar a parte psicológica. Desde então, sigo tomando remédios para insônia (2 diferentes) e 1 pra ansiedade/depressão. Da depressão melhorei super. A ansiedade melhorou muito até a pandemia (quando piorou bastante, assim como a insônia). Voltei com o psiquiatra. Um dos remédios do sono foi substituído e o restante segue igual. Ontem, pelo instagram, recebi de um Grupo de Apoio a Mulheres com Endomeriose (do estado onde moro) o convite pra responder a pesquisa de Endometriose/Insônia. Respondi a pesquisa. E agora estou aqui. Estou bastante animada com essa oportunidade porque sonho em conseguir voltar a dormir sem precisar de remédios. Já faço meditação (uso o Lojong). Corro (algo que me ajuda muito). Já exercito a gratidão e já desafio pensamentos negativos (o que tem me ajudado muito com o Pânico e a ansiedade). Também estou tentando criar outros hábitos, como acordar cedo e dormir mais cedo (porque me sinto mais produtiva de manhã, pra estudar etc.). No mais, obrigada pela oportunidade. Da mesma forma que consegui mudar hábitos alimentares e hoje me sinto muito melhor, estou empenhada em mudar outros hábitos que me ajudem a ter qualidade de sono também.